SACA SÓ II
PRAÇA STO AGOSTINHO | SP
FICHA TÉCNICA
-
Projeto: Urb-i
-
Status: Implementado - 2016 julho
-
Local: Praça Sto Agostinho, São Paulo, Brasil
-
Equipe : Fernanda Mercês, Carolina Guido, Paulo Franco, Yuval Fogelson, Jessica Grömminger, Lena Hoppe, Priscila Sbampato, Juliana Kakitani, Isabel Maciel, Leonardo Nogueira, Henrique Vital, Luisa Figueiredo, Celia Ochi, Gilvan Bomfin
PROJETOS
A IDÉIA
O projeto nasceu da nossa vontade de transformar a cidade em que vivemos. Do vício por mapas e por viajar no streetview, surgiu o projeto de mapeamento de espaços residuais, em que destacamos pontos de oportunidade: espaços públicos subutilizados e que poderiam ganhar uma nova vida e dinâmica com transformações simples.
O “Saca só” é nome da série de intervenções realizadas pela cidade, com o objetivo de chamar a atenção para o espaço “esquecido” tornando-o mais agradável para as pessoas.
Além da colaboração no processo de escolha e transformação do lugar, a ideia é que as pessoas passem a experimentá-lo e ajudem na manutenção local.
A convivência entre os envolvidos e seus feedbacks difundem cada vez mais a cultura colaborativa na busca da melhoria do espaço. Mostram a população o poder da transformação, além de trazer questionamentos sobre o uso do espaço público e maneiras gerir e produzi-lo.
O LOCAL E EQUIPE
A segunda intervenção da série aconteceu no bairro da Aclimação, na Praça Santo Agostinho, local de fluxo intenso de pessoas. A população utiliza a rua para caminhar, pois a calçada é estreita e o movimento de carros é pequeno. Pelo entorno há equipamentos como a estação de Metrô Vergueiro, Centro Cultural, escolas, faculdade e serviços, além de ser uma região residencial verticalizada. O local é bem servido de estacionamentos particulares.
Diversos vendedores ambulantes utilizam o espaço para vender seus produtos, mas a oferta de áreas para descanso é escassa, já que a maior parte da praça é reservada ao automóvel como estacionamento.
Escolhemos uma das passagens de pedestres de aproximadamente 30m². Atualmente, é usada como área de estar pelas pessoas no dia-a-dia e incluímos uma vaga de carro temporária anexa a este espaço.
Tivemos no processo duas etapas principais: na primeira realizamos um evento, limpando o espaço e pintando o piso, além de uma primeira prospecção de como organizaríamos o mobiliário.
Para a segunda, uma semana depois, arrecadamos material para o mobiliário, doados por colaboradores, como pallets, plantas, vasos, perfis de madeira. Visto o que conseguimos, finalmente produzimos tudo com a ajuda dos colaboradores.
O lugar para ter o efeito esperado, deveria ficar “com cara de pronto”.
A INTERVENÇÃO E GESTÃO
Desde o dia em que fizemos a pintura no piso, observamos o comportamento da população em relação a nova demarcação: se ela seria suficiente ou não para inibir o estacionamento de veículos. No entanto, logo vimos o primeiro sinal de resistência – moto e veículo estacionados sobre a pintura. Deixamos avisos pedindo para respeitar o novo espaço, destinado ao convívio.
Com o tempo, tanto as motos como veículos passaram a respeitar o lugar e pessoas passaram a ocupar a área ao longo do dia e a noite com o comércio temporário incentivando um uso maior do espaço. Semanalmente a mini-praça permaneceu limpa e mantida.
A experiência continua em curso, porém, numa nova etapa de desafio: no início de agosto, após reunião com representantes do colégio Santo agostinho, parte do mobiliário foi retirado pela escola, alegando que a vaga temporária de 15 minutos foi solicitada pelos pais dos alunos. O espaço para pedestres ficou reduzido a pequena área de 30m2 e a vaga de carro voltou a ser usada por veículos.